Primeiramente vamos explicar o que é o ciclo orgânico. Nesse processo, o lixo orgânico é recolhido, tratado e transformado em adubo orgânico.
O ciclo orgânico ou produção de adubo orgânico é uma ótima solução para reduzir o volume de resíduos que são encaminhados para os aterros e geram mal cheiro. Além de liberar o gás metano e o chorume, que é o líquido escuro gerado pela decomposição da matéria orgânica.
Além disso, esse líquido, por sua vez contamina o solo e as águas. A produção de adubo orgânico pode ser em larga escala ou até mesmo em casa.
Ciclo orgânico – política nacional resíduos sólidos
A política nacional de resíduos sólidos completou mais um aniversário. Já são nove anos fazendo parte de uma longa e triste lista de leis que como muitas outras, não são cumpridas no Brasil. Dessa forma, trazendo prejuízo ao meio ambiente e saúde dos cidadãos.
Em contrapartida, toda segunda-feira, restos de frutas, legumes e verduras são separados por Pedro (engenheiro ambiental) e recolhidos por uma empresa.
“Alimentos crus, a gente joga todos eles no baldinho da compostagem”, disse Pedro.
Da mesma forma, o lixo orgânico de cerca de 1,300 (mil e trezentos) clientes é recolhido e depois levado por ciclistas até um caminhão. Logo depois , segue para Duque de Caxias na Baixada Fluminense.
Lá esse material é misturado a uma serragem e revirado uma vez por semana por um trator. Para o processo de compostagem chegar ao fim, são necessários quatro meses.
O resultado da compostagem
A produção é de quarenta toneladas por mês. Como resultado da compostagem, temos um adubo orgânico de excelente qualidade. Em seguida, ele só precisa ser peneirado e depois ensacado.
Após ensacado, parte do adubo é devolvido aos clientes parceiros do projeto, do mesmo modo, a outra parte é vendida no mercado. A destinação inteligente de resíduos orgânicos para, por exemplo, produzir adubo deveria ser regra no Brasil pelo menos a uns 9 anos atrás, quando a política nacional de resíduos sólidos começou a vigorar.
A lei da política de resíduos sólidos
Pela lei, só deveria seguir para o aterro sanitário, os rejeitos. Ou seja, materiais que não podem ser reaproveitados, como por exemplo, embalagem de alumínio e fralda descartável.
Segundo o Engenheiro Ambiental e empresário Lucas Chiabi, no Brasil 51% do que se joga fora é orgânico. Dessa forma, estamos desperdiçando a oportunidade de estar produzindo adubo em uma escla monumental.
A erradicação dos lixões é outra exigência da lei que nunca se cumpriu. São ao todo 3 mil em todo país, contaminando o solo e as águas.
De 2009 até agora, a quantidade de lixo gerado no Brasil aumentou 26%, fazendo a situação piorar ainda mais. Imagine um estádio do Maracanã coberto de lixo. Esse volume a mais representa dez estádios cobertos de lixo, por ano.
O estímulo a reciclagem também ficou no papel. Hoje apenas 3% de todos os resíduos são reciclados. Apesar disso, alguns setores da economia, como o de pneus e embalagens de agrotóxicos conseguiram bons resultados na destinação destes materiais.
Para a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública, a população deve pressionar o poder público, especialmente os Prefeitos. O cidadão precisa impulsionar o poder público exigindo o cumprmento da lei, o fechamento dos lixões e que a coleta seletiva aconteça.
Mas se as indústrias não implementarem essa lei, isso não vai acontecer. Pedro, já deu o primeiro passo. Ele entrega as frutas e recebe de volta o composto, que é o resultado da sua reciclagem.
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